Se preciso for, deixa ir

by - janeiro 23, 2018



Comecei a lidar de maneira diferente com a perda quando minha avó morreu.

Foi a primeira vez que eu entendi o que era "deixar" alguém realmente ir.

Quando parava para pensar sobre como seria minha vida sem ela, me dava um verdadeiro nó no coração e eu pedia que isso não acontecesse, mas em determinado momento eu senti que estava sendo egoísta.


Ela estava sofrendo. Muito. E talvez toda essa prece para que ela ficasse estivesse adiando essa ida e aumentando todo sofrimento.

Ela se foi.

Foi um processo doloroso entender.

"O céu mudou de cor
Reaprendi a ver o mundo em outro tom..."

Mas passado alguns dias sonhei com ela. Não daqueles sonhos que a gente tem com a pessoa num lugar bonito, mas um sonho comum, como os que eu sempre tinha e era ela sendo ela.

Naquele momento uma chavinha destravou aqui.
Parei de chorar tanto. Parei de sofrer demasiadamente,
Ela continuava ali. Como sempre foi. Mas agora em coração. Em alma. Uma presença diferente.

E a partir dali, todas as perdas que tive na vida foram tomando esse sentido.
Tanto as por morte, quanto as de laços que foram desfeitos e as pessoas se foram, seguiram seus caminhos.

E eu segui o meu.

E ai eu entendi que aquela história de que as pessoas permanecem em nossas vidas o tempo certinho que elas têm que permanecer é a mais pura verdade.

Foi assim com amizades. Foi assim com relacionamentos.
É assim.
E sempre dá certo. No tempo que tem que dar.

Se foi um dia, uma semana, um mês ... o importante é ter sido verdadeiro.

O importante é você se entregar de alma e coração e dar o melhor de você para suas relações.

É isso que fica quando alguém se vai.

Doeu. Sim. Dói. 

Mas não vale a pena deixar a dor instaurar numa lembrança que pode ser boa. Que pode ser leve.

Que seja leve.

Que sejamos livres e liberdade para o outro.

Permaneça se quiser e voe quando precisar voar.
Você fez uma boa estádia e é disso que sempre vou lembrar.

Com amor,
Angel Jackson

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